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Preparação de Superfície Metálica

A seleção adequada da preparação de superfície tem influência tão grande no desempenho do esquema de pintura quanto as tintas utilizadas. A sua escolha é definida em função da natureza das tintas e da espessura final do sistema.

Essa etapa da pintura tem como objetivo maximizar a aderência da película e o desempenho de um esquema de pintura.  Para isso, é necessário remover materiais que possam impedir o contato da tinta com o substrato e criar um perfil de rugosidade capaz de permitir a ancoragem mecânica da primeira camada de tinta.

Uma superfície livre de resíduos, como ferrugem, graxas, óleos, sais, poeiras e umidade, e com rugosidade ideal é o substrato perfeito para um revestimento.

GRAUS DE OXIDAÇÃO

Inicialmente, deve-se avaliar o grau de oxidação da superfície antes de iniciar o processo de limpeza. Essa avaliação é baseada na ISO 8501-1, que prevê padrões fotográficos de superfície em aço, em diferentes estágios de oxidação. 

A Superfície de aço com carepa de laminação intacta em toda a superfície. Chapa ou perfil, recém-saído da laminação. 

B Substrato de aço com início de corrosão e destacamento da carepa de laminação. 

C Substrato de aço onde a carepa de laminação foi eliminada pela corrosão ou que possa ser removida por raspagem, com pouca formação de cavidades visíveis.

D Substrato de aço onde a carepa de laminação foi eliminada e com grande formação de cavidades visíveis. 

LIMPEZA

Pré-limpeza: Antes de preparar a superfície, deve-se remover toda sujeira, óleo ou graxa, utilizando-se panos limpos embebidos em desengraxante industrial FALCOCLEAN 9021 WB. 

St2 Limpeza Manual: Consiste na remoção da camada de óxidos e outros materiais não muito aderentes por meio de ferramentas manuais, tais como escovas de aço, raspadores, lixas, etc.  É um tipo de limpeza precário, de baixo rendimento e recomendável apenas quando não for possível a aplicação de um método mais eficiente. Os esmaltes sintéticos têm desempenho satisfatório com esse tipo de limpeza de superfície. 

St3 limpeza com ferramentas mecânicas manuais: Consiste na remoção da camada de óxidos e outros materiais não muito aderentes por meio de ferramentas manuais, tais como lixadeiras, escovas rotativas, marteletes de agulhas, etc. É um tipo de limpeza precário, de rendimento relativamente baixo e recomendável apenas quando não for possível a aplicação de um método mais eficiente. 

Sa1 Jateamento ligeiro (brush off): O jato é aplicado rapidamente e remove carepas de laminação solta e outras impurezas. Em geral, é empregada em alguns casos de repintura. A retirada do produto de corrosão situa-se em torno de 5%. 

Sa2 Jateamento comercial: O jato deve remover praticamente toda carepa de laminação e outras impurezas. Caso a superfície possua cavidades graus C e D, pelo menos 65% de cada área de 6,45 cm² deverão estar livres de resíduos visíveis no fundo das cavidades. Após o processo finalizado, a superfície deve apresentar um aspecto acinzentada.  

Sa2 ½ Jateamento ao metal quase branco: O jato deve remover toda carepa de laminação e impurezas, de modo que possam aparecer apenas leves manchas na superfície. Após a limpeza, 95% de cada área de 6,45 cm² deverão estar livres de resíduos visíveis. Por fim, o aspecto da superfície deve estar cinza claro. 

Sa3 Jateamento ao metal branco: O jato deve remover toda carepa de laminação ou outras impurezas, de modo que a superfície fique totalmente livre de resíduos visíveis. Além disso, a superfície deverá apresentar coloração cinza claro e uniforme. 

Equivalência entre os graus de limpeza em diversas normas

Método de Limpeza

Tipo de Limpeza

Norma Brasileira – NBR

ISO 8501-1

NACE VIS 7

SSPC

Manual e mecânica manual

Manual

15239

St2

SP 2

Mecânica manual

15239

St3

SP 3

Jateamento abrasivo

Ligeiro ou de escovamento (brush-off)

7348

Sa1

SP 7

Ao metal cinza ou comercial 

7348

Sa2

SP 6

Ao metal quase branco

7348

Sa2¹/²

SP 10

Ao metal branco 

7348

Sa3

SP 5

PREPARAÇÃO DE SUPERFICIES METÁLICAS GRAUS DE OXIDAÇÃO 1
PREPARAÇÃO DE SUPERFICIES GRAUS DE OXIDAÇÃO 2

Observação: 

  1. Os padrões St2, St3, Sa1 e Sa2 não se aplicam em superfícies com grau A de corrosão. 
  2. O hidrojateamento tem grande eficácia na remoção de materiais soltos, tintas e produtos de corrosão. No entanto, não apresenta um bom desempenho na remoção de carepas de laminação Por fim, esse processo não confere rugosidade, por isso é recomendado para casos em que a superfície já possui um perfil de rugosidade.

Perfil de rugosidade: A rugosidade da superfície após a limpeza deve ser proporcional à espessura final do esquema de pintura, sendo comum adotar cerca de 1/3 a 1/4 para perfil médio. Nos casos em que o intervalo entre as demãos é alto e o ambiente é agressivo, pode-se adotar um perfil de rugosidade de 2/3 da espessura da primeira demão.

Metais não ferrosos: Por apresentarem, geralmente, uma superfície muito lisa, os metais não ferrosos (superfícies galvanizadas, aluminizadas, aço inoxidável e cobre) necessitam de uma rigorosa limpeza com solvente desengraxante. Em alguns casos, é necessário utilizar outros métodos, como ataque químico, jato brush-off ou até limpeza mecânica em galvanizados envelhecidos e oxidados.

Concreto e alvenaria:

PISOS E CONCRETOS (NOVOS)

A- É necessário aguardar 28 dias para cura completa do concreto. 

B- Deixar a superfície áspera com jato abrasivo ou polimento diamantado ou ataque químico. Para tratamento com ataque químico, umedecer previamente a área com água limpa, evitando a formação de poças. Aplicar a solução de ácido clorídrico a 10% (ácido muriático comercial) sobre uma área de aproximadamente 1,8m² por litro de solução. 

C- Enxaguar vigorosamente com água limpa toda a área, no máximo 10 minutos após a aplicação do ácido, evitando a secagem do mesmo sobre a superfície.

D- Remover partes soltas e resíduos com escovamento vigoroso. 

E- Observar que a superfície esteja perfeitamente limpa e seca antes de iniciar a aplicação do revestimento. 

CONCRETO ANTIGO 

A- Se apresentar aspecto liso, proceder como indicado no item anterior.

B- Eliminar contaminação com jato de água de alta pressão, removendo oleosidades e graxas com auxílio de solvente desengraxante ou vapor e detergente alcalino. 

C- Observar que a superfície esteja perfeitamente limpa e seca antes de iniciar a aplicação do revestimento.

TRATAMENTO DE CONDIÇÕES ESPECIAIS (ÁREAS CRÍTICAS)

A corrosão inicia-se em pontos específicos de equipamentos, tais como flanges, frestas, parafusos, cordões de solda, apoio de tubulações e equipamentos. Isso acontece porque cantos e arestas são áreas de afinamento de película e, portanto, devem ser melhores revestidas. Uma das técnicas para prevenir a corrosão nessas áreas é a aplicação de uma camada adicional nessas regiões após a preparação de superfície. Isso pode ser feito com o uso de trincha para aplicação do primer do sistema de pintura.

Tanque com solda
Tubo

Figura 01: Foi utilizado o SHOP PRIMER nos cordões de solda. Este produto aceita soldas posteriores.

Figura 02: Aplicação de primer com trincha na junção das franges.

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